SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO DIA DA COMUNIDADE ITALIANA - 30/05/2018

MESA:

1-Vereador EDSON SARDANO- Presidente;

2- Doutor MARCELO DELSIR DA SILVA- Secretário de Cidadania e Assistência Social, representando, neste ato, o Excelentíssimo Senhor PAULO SERRA, Prefeito do Município de Santo André;

3- Doutor SERGIO DAVANZO - Membro da Sociedade Cultural Íalo Brasileira de Santo André, Presidente do Lions Clube Santo André - Centro, do Distrito LC - 5 e Fundador CLASA, neste ato, representando o Dr. WILSON DAVANZO, Presidente da Sociedade Cultural Ítalo Brasileira de Santo André.

ORADOR: DR. SÉRGIO DAVANZO

Temos o prazer de ocupar esta tribuna, representando a Sociedade Cultural Ítalo Brasileira, por deferência de seu Presidente, Dr. WILSON DAVANZO, ausente por motivo de viagem, e de sua Diretoria, aos quais agradecemos por nos confiar esta honrosa missão. Agradecemos, também, ao jornalista, e historiador Ademir Medici, pela Inestimável colaboração que deu à redação do presente pronunciamento.

SESSÃO SOLENE DEDICADA À COLONIA ITALIANA DE SANTO ANDRÉ
CÃMARA MUNICIPAL DE SANTO ANDRÉ
Quarta-feira, 30 de maio de 2018

• Exmo. Sr. Vereador Edson Sardano, DD. Presidente desta Sessão Solene.
• Exmo. Sr. Dr. Marcelo Delsir da Silva, DD. Secretário de Cidadania e Assistência Social, representando o Exmo. Sr. Paulo Serra, Prefeito do Município de Santo André.
• Amigos da Sociedade Cultural Ítalo Brasileira, com seu coral maravilhoso.
• Italianidade andreense.
• Professora Teresa Drago, DD. Diretora do Spazio Italiano - Centro de Língua e Cultura Italiana.
• Convidados e presentes a esta Sessão Solene tão significativa que, a bom tempo foi recuperada e restabelecida pelo nobre Vereador Edson Sardano:

Senhoras e senhores:

O Município de Santo André registra, há praticamente 140 anos, a presença da valorosa comunidade italiana, porque f oi em 1878 que começaram a chegar ao Brasil os primeiros imigrantes italianos. Criaram-se os primeiros núcleos coloniais destinados à mão-de-obra estrangeira, convidada a deixar a Europa em crise, para vir substituir a mão-de-obra escrava que lutava e obtinha a sua libertação. No Grande ABC, três grandes núcleos foram criados, em São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires. Santo André não teve, inicialmente, um núcleo colonial e oficial, para receber os imigrantes, especialmente os italianos, mas reuniu, já a partir do século 19, em torno da estação ferroviária, inaugurada em 1867, tantas famílias italianas que, em 1900 foi fundada uma entidade para agregá-las: a Sociedade Italiana de Mútuo Socorro Savoia, a Ítalo- Brasileira dos dias presentes. A velha Sociedade Savoia, de socorro aos imigrantes italianos, substituía a de a Hospedaria dos Imigrantes que existiu a poucos passos da Estação Ferroviária, no Centro de Santo André. Em 1878 , e anos seguintes, famílias italianas dos núcleos oficiais, incluindo-se os da São Paulo , Capital , deslocaram- se para Santo André, pela facilidade proporcionada pela estação ferroviária. E, desde então, construíram esta cidade pujante , que é acidade de Santo André . A professora Teresa Drago, diretora da Escola Spazio Italiano-Centro de Língua e Cultura Italiana, que começou a funcionar no interior da Pirelli e que, desde 2001, funciona na nova e atual sede da Ítalo- Brasileira, costuma dizer, e com razão , que por motivos geralmente profissionais as pessoas buscam aprender dois idiomas: inglês e espanhol. Mas, quem busca aprender o italiano, o faz, eventualmente, por motivos igualmente profissionais, mas, na maioria dos casos, porque gosta do País, da sua História, da sua Gente, da sua Tradição. A partir do século 19, e a qualquer momento que se estude, sempre se verá a presença italiana forte em SantoAndré. Citamos dois tempos aleatoriamente.

• 1928 •

Naquele ano, o chamado Livro das Indústrias e Profissões do então Município de São Bernardo apontava a presença forte da comunidade italiana no Distrito de Santo André.
Vejam alguns dos nomes citados naquele ano de 1928:
• Tognato e Companhia, com fábrica de colchas com 106 teares e fiação com 47 operários
• Irmãos Guazzelli, com armazém de secos e molhados e olaria
• Irmãos Lucchesi, com armazém de secos e molhados , ferragens e calçados
• Irmãos Polesi, com botequim
• Irmãos Bolognesi, com fábrica de calçados
• João Moretti, com barbearia
• João Menucelli, com depósito de bananas
• João Pelosini, com casa de calçados e oficina de sapateiro
• João Zanotti, com oficina de vulcanização
• João Belettato, com livraria, armarinhos, artigos escolares e venda de cartões postais
• João Novelli, no ramo de pintura
• João Poianas, venda de leite
A maioria dos estabelecimentos lidava também com a venda de lenha e carvão, e mantinha canchas de bocha, canchas estas que dariam origem ao Clube Bochófilo de Santo André, de tantas conquistas por este Estado de São Paulo afora. Destaque para a livraria da Família Belettato, que há 90 anos investia na cultura de uma região cujos dialetos italianos eram praticados e podiam ser ouvidos em todas as partes.

• 1976 •

Damos um salto na História e chegamos a 1976 – uma data muito mais próxima. Santo André, já metrópole, com uma formação étnica diversificada pela chegada de tantos irmãos brasileiros e do Exterior. Nem por isso, a comunidade italiana foi ofuscada. Pelo contrário. Naquele ano de 1976, dois oriundis lideravam uma campanha social das mais importantes: por iniciativa do Rotary Clube de Santo André Norte e com apoio irrestrito do seu clube padrinho, o Rotary Santo André, era fundado o CAMP PIERO POLLONE - Centro de Aprendizagem e Monitoramento Profissional. Um de seus fundadores, o Professor Eliseu Fedri, muito amigo do destacado industrial Sr. Piero Pollone, foi a peça fundamental nos acontecimentos que existência do CAMP. Em 1975, Eliseu, sabedor da existência de uma propriedade do Sr. Piero Pollone, praticamente esquecida, já que naquela época o Jardim Ana Maria ainda não passava de um local ermo, numa visão de muita sagacidade, percebeu uma oportunidade ímpar de construir, de um lado um projeto social de muita importância e por outro lado uma forma de eternizar o nome de seu grande amigo industrial que na época se encontrava no ápice de seu sucesso profissional e pessoal. Foi em um encontro casual entre os dois, que Eliseu argumentou: _Piero, você é uma pessoa de muito sucesso e que possui um coração maior que o peito, mas o que será de tudo isso quando você se for? Precisamos eternizar teu nome para que as futuras gerações o tenham como exemplo a ser seguido. Que tal construirmos um CAMP naquele teu terreno no Jardim Ana Maria? " Polone, filantropo de carteirinha, nem precisou pensar muito e disse que concordava com a proposta e que doaria o terreno em comodato, mas precisaria que a documentação fosse feita, oportunamente. Num salto, Eliseu completa: "Vamos ao cartório, agora mesmo, pois já está tudo pronto". Hoje, após 42 anos de sua fundação e mais de 12.000 jovens formados, temos mais um exemplo da bondade e da participação de cidadãos que levam no corpo e na alma o sangue da velha Península. Poderíamos citar muitos casos mais. Preferimos concluir a nossa fala relembrando os pioneiros italianos de Santo André.

De A a Z, aqueles que no ano 1900 fundaram a Savoia, primeiro nome da Italo-Brasileira.

Praticamente todos os italianos aderiram à nova entidade, num total de 66 famílias, algumas com vários troncos, aproximando-se de um total de 90. A maioria delas tem descendentes até hoje em Santo André.

De A a Z, relacionamos os oriundis, pioneiros andreenses, ainda do tempo da Estação de São Bernardo:

A
Andreolli
Angelli
Arduino

B
Bacchi
Bacci
Baldan
Barsotti
Benvenutti
Bovo
Braganti

C
Caraciolo
Cataruzzi
Chiste
Colavini
Colpi
Commodoro

D
De Brese
De Lucca
Dell'Antonia

F
Fabris
Folco
Fornazaro
Frederico

G
Gaeta
Gaiarsa
Gallina
Galvanin
Garagna/Guaragna
Gavioli
Giaccherini
Giacopucci
Grecco
Grenzi
Guaco
Guidi

L
Losio

M
Maggione
Magini
Maloni/Merloni
Mania
Martinelli
Mattei
Menegato

N
Nassosi
Noé

O
Orciolli

P
Parmeggiani
Pastorelli
Pelegrini
Pelison
Pezzolo
Piagentini
Poles/Polesi
Poli

R
Rocco

S
Santana
Santinelli
Sartori
Subrera/Subsubera

T
Tetti
Tiezi
Tozzi
Trozzola
Turini

V
Veronesi

Z
Zamboni

Nem todas estas Famílias retornaram ou estiveram, novamente, na Itália querida.
Mas todas ficariam felizes - e se emocionariam - ao saber que quase 120 anos depois as novas gerações desta metrópole, chamada SANTO ANDRÉ se reúnem, como hoje estamos fazendo, para lembrar a presença da italianidade entre nós.

Caros amigos, senhoras e senhores aqui presentes, que amam as tradições irmãs entre a Itália querida e o nosso valoroso Brasil:
Hoje é uma noite particularmente especial.
E se esta Sessão Solene dedicada à italianidade andreense ficou tantos anos sem ser realizada, que seja este o recomeço.
Nossos agradecimentos e cumprimentos ao nobre Vereador Edson Sardano pela iniciativa.
Em seu pronunciamento, V. Excia., Sr. Presidente desta Sessão Solene, disse, com toda razão, que esses momentos que acabamos de viver, permanecerão indelevelmente gravados em nossos corações.
Em nome da Sociedade Cultural Ítalo Brasileira, a quem representamos, e em nome da imensa e laboriosa colônia italiana, pedimos, respeitosamente, a Vossa Excelência;
Que faça transbordar dos corações a alegria de termos vividos momentos de amizade, arte e cultura e a transforme num ato oficial do Legislativo para que, anualmente, esta Sessão Solene jamais deixe de ser promovida nesta egrégia Casa de Leis.

GRAZIE MILLE!
Obrigado!



Veja o video:

  • Sessão Solene